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Rostos de Leiria

18 de Maio

Rostos de Leiria

18 de Maio

Pedro Oliveira

Personagem – Pessoa definida pelo seu papel social.
O Pedro Oliveira é ator, encenador e contador de histórias. É um verdadeiro artista, e podemos dizer que é de Leiria, apesar de não ter nascido em terras de D. Dinis.
O Pedro é um dos rostos do teatro de Leiria e senhor do seu Nariz, Nariz esse que é um dos maiores orgulhos culturais da cidade.
Falemos, então, d’O Nariz do Pedro, que também é O Nariz da Vitória, do Luís, da Ana, do Marciano, da Francisca, do Nuno e de tantos outros que lhe deram e dão vida, desde 1994.
O Nariz é um Grupo de Teatro, que todos os anos organiza O ACASO – Festival Internacional de Teatro, entre uma infindável panóplia de outras atividades artísticas.
Fundado pelo Pedro Oliveira, teve durante muitos anos a sua sede e sala de espetáculos no centro histórico de Leiria, na adorável Rua Latino Coelho. Quantos atores nacionalmente reconhecidos por ali passaram, quantas memórias guarda aquele espaço tão reduzido e tão carismático e quanta saudade cabe nessas memórias…?
Hoje, O Nariz abre as portas na Rua Tenente Valadim, mais concretamente no Recreio dos Artistas, localizado no colorido Pátio do Jordão, onde o Pedro, um peixe pescador e um astronauta nos recebem sempre bem.

Personagem – Papel representado por um ator ou por uma atriz para personificar uma figura criada por um autor.
O Pedro Oliveira é mais do que o seu Nariz, é um ator de mão-cheia, que já representou um sem-número de papéis e que nunca deixa ninguém indiferente. Talvez o segredo esteja na preparação e entrega a cada personagem ou na vasta experiência que acumulou ao longo dos anos ou talvez em nada disso e o segredo seja o próprio Pedro e o seu extraordinário talento inato!
O Pedro Oliveira não podia ter sido nada mais do que o que é hoje: ator.
Aprendeu outros ofícios, foi instalador de alcatifas e de papel de parede e até teve a oportunidade de fazer carreira como bancário, mas o bichinho da representação é um chato e lá convenceu o Pedro que o papel da sua vida passava pelo palco e que o seu propósito era dar-nos o prazer de o ver encarnar eximiamente uma e outra personagem.

Personagem – pessoa excêntrica
O Pedro Oliveira é marcante, não só em palco, mas também no dia-a-dia.
Corpo esguio, cabelo rebelde e um estilo despreocupado são alguns dos traços que caracterizam a sua aparência, e à primeira vista questionamos se, por acaso, não terá vivido mesmo as vidas todas que já representou em palco, dada a força, personalidade e caráter que transmite.
Simpático e extremamente educado, o Pedro tem um sentido de humor acutilante e uma cultura geral própria da vida que escolheu.
Se já passaram pelo Pedro lembram-se dele, com toda a certeza, especialmente se tiveram o prazer de conversar com ele.

 

Paula dos Jornais

Há uma esplanada no centro de Leiria, bem pertinho do Jardim Luís de Camões, onde podemos sentir a genuinidade da cidade e das suas gentes, misturada com a alma cosmopolita que o centro transmite, sempre mimados pela simpatia da Paula – é o Quiosque Leiria, com vista para a Fonte Luminosa e onde o passar das águas do Rio Lis se deixa ouvir sem dificuldade.
Depois de saudar o Cabeça de Giz – nome que em tempos deu ao pombo mais obediente e amistoso que vive naquelas bandas – a Paula abre as portas do seu Quiosque e lá começa ela a servir cafés e a dar os bons dias aos que passam apressados para o trabalho. É todos os dias assim, de terça-feira a domingo.

Ali, no centro da cidade, todos conhecem o sorriso simpático da Paula e, não soubéssemos nós que o provérbio “As conversas são como as cerejas” é já bem antigo, arriscávamos dizer que foi a Paula quem o tornou popular!

A Paula atende diariamente todo o tipo de clientela, desde políticos, a advogados ou varredores de rua, portugueses, franceses, italianos… Mas desengane-se quem pensa que é uma poliglota, porque a Paula não precisa de saber línguas para falar com ninguém: entre gestos, palavras soltas e uma boa dose de simpatia, toda a gente se entende!

O Quiosque Leiria é ponto de reunião diária entre amigos, é lugar privilegiado para uma boa leitura de final de tarde e é passagem certa para os que se preparam para a sua passeata pelo Percurso Polis.

Quisemos saber como tudo começou e tivemos de recuar aos tempos do Estado Novo, altura em que o Sr. Augusto dos Jornais, o seu pai, vendia na rua.
Quando a revolução estalou a procura por jornais aumentou exponencialmente, e o Sr. Augusto viu-se obrigado a abrir um estabelecimento próprio, o atual Quiosque Leiria. Um ano depois abria uma tabacaria na Rua Dr. Correia Mateus, depois outra no edifício do Hotel D. João III e, por fim, em 1986, outra nas Galerias do Hotel Eurosol.
A Paula, que desde nova e juntamente com a irmã ajudou os pais no negócio, ficou conhecida por Paula dos Jornais e não se importa nada com isso. Afinal, este nome é mais do que uma herança, é uma boa recordação!

Se tudo começou com jornais e revistas, hoje, o Quiosque Leiria é muito mais do que isso e também vende sandes, tostas, torradas e Brisas do Liz, que aqui não são as rainhas, pois o café especial da casa já conquistou o trono. Bem tentámos saber a receita, mas a Paula fechou-se em copas, parece que é segredo.

O que não é segredo para ninguém é o verdadeiro sucesso do Quiosque Leiria: a simpatia da Paula.
Marcamos encontro no Quiosque Leiria para um café?

Sr. Ferreira

O Sr. Manuel Ferreira é uma personagem incontornável do centro histórico de Leiria, e o seu sorriso é tão doce quanto a ginjinha que vende na sua mercearia. Estamos a falar da Mercearia Ferreira, localizada na Rua Gago Coutinho.
Esta lojinha, que aparenta ser pequenina, é, na realidade, um mundo! Dos artigos típicos de mercearia, como os detergentes e as vassouras, o açúcar, as cebolas e o bacalhau, até às mais distintas garrafas de vinho ou aguardente, sem esquecer os tradicionais chinelos de pano, como havia antigamente, aqui encontramos de tudo, até mesmo, espantem-se, instrumentos musicais de qualidade!
O Sr. Ferreira, além de ser um autêntico cavalheiro, tem uma enorme paixão pela música, e se há coisa que gosta é de tocar o seu acordeão, sem que para isso haja horário, bastando apenas que o bichinho lhe desperte a vontade.
Quantos de vós já tiveram o privilégio de, ao passear pela Rua Direita, ouvir uma melodia alegre e contagiante que serpenteia pelas ruas calcetadas com vista para o castelo?
Era o Sr. Ferreira!

O Sr. Ferreira dedicou-se ao comércio com apenas 15 anos e não descansou enquanto não abriu o seu próprio negócio, que mantém desde 1966.
Apesar de ter acumulado outras profissões pelo caminho, é na sua lojinha, a atender clientes, a falar com quem passa ou a dar aulas de música que se sente verdadeiramente feliz.
Homem culto e de convicções, o Sr. Ferreira recusa deixar-se vencer pela idade e até decidiu frequentar umas aulas de inglês, porque gosta de se manter ativo e informado e, cá para nós, dá sempre jeito para melhor aconselhar um Port Wine aos turistas que visitam a nossa Leiria!

A educação exímia do Sr. Ferreira, a sua cultura geral e popular e as incontáveis páginas de histórias que a sua memória guarda fazem com seja impossível sair da Mercearia Ferreira sem vontade de voltar para rever o sorriso deste senhor e, claro, sem uma garrafinha na mão ou umas cordas para a guitarra ou umas latas de atum ou uns chinelos de pano…

Estrelinha

Há um pequeno restaurante no centro histórico de Leiria, na rua Maria da Fonte, transversal à Rua Direita, onde todos os dias se cozinha com amor e de onde ninguém sai de barriga vazia. É a Tasca 7, que nos brinda com os melhores petiscos e pratos tipicamente portugueses, a fazer lembrar a comida das nossas avós.
Neste restaurante há uma Estrelinha que todos os dias toma as rédeas da cozinha e ali confeciona os melhores manjares para os seus clientes. Além de responsável pelos tachos e panelas deste pitoresco restaurante, é a Estrelinha quem escolhe os ingredientes necessários para o cardápio do dia. Afinal, tudo tem de estar ao gosto de quem trata do tempero.

De olhos francos e expressivos, a Estrelinha é uma mulher despachada, sem papas na língua e de grande simpatia, que adora saltar da cozinha para saber como vão os clientes, os mais antigos, que tão bem conhece, e os novos, que prometem sempre voltar.

Aprendeu os segredos da cozinha com a mãe e mais tarde aprimorou o conhecimento na escola, no curso geral de formação feminina.
Foi com o marido que abriu o primeiro restaurante, o Retiro do Abade, que muitos chamavam de tasca 7, por ficar no n.º 7 da Rua D. António da Costa. Depois do Retiro do Abade, a Estrelinha passou pela churrasqueira Três Franguitos e foi em 2015 que abriu as portas do atual espaço. O nome até foi fácil de escolher, Tasca 7, porque não?

Já são 35 anos de uma vida na Rua Direita, que seria bem melhor se não tivesse trânsito automóvel, confidencia. Mas com carros ou sem eles, a verdade é que esta espécie de bairro lhe tem trazido muitas alegrias e grandes amigos.

Steve Carreira

Steve Carreira é natural do Canadá, mas numa entre tantas visitas a Leiria, para passar férias com os avós, decidiu que era aqui que queria ficar e viver. Tinha vinte e poucos anos e muitos sonhos para realizar, grande parte ligados ao skate, uma das suas maiores paixões.

Chegou e logo se integrou numa comunidade de skaters locais que o acolheu como se tivessem crescido juntos, como se tivessem dado as primeiras quedas juntos, como se tivessem aprendido mil e uma manobras juntos, como se fossem uma família (que são!). Nem a falta de rampas na cidade desmotivou estas mentes criativas alimentadas a adrenalina, para quem havia sempre uma manobra capaz de transpor os obstáculos mais complicados, mais queda, menos queda… assim é o skate!

O Steve sempre soube o que queria, e foi esse espírito que o fez abrir a Tribos Urbanas, que em pouco tempo se tornou numa loja referência para os skaters das redondezas. Muitos percorriam largos quilómetros para ali comprarem as suas tábuas, os ténis e a roupa que não encontravam em mais nenhuma loja. Outros paravam ali para conviver, trocar experiências e aguardar ansiosamente pelo fim do expediente para, todos juntos, procurarem os melhores spots para skatar.

Tal como o Steve, a Tribos Urbanas cresceu e ganhou novas valências. Hoje, mais de 20 anos depois de abrir as portas pela primeira vez, além de skateshop é também tattoo studio, outra paixão que o Steve foi alimentando.

Atualmente localizada na rua Mestre de Aviz, paredes meias com a Praça Rodrigues Lobo, o ritual da Tribos Urbanas pouco mudou, e quando a porta fecha, o som monocórdico das máquinas de tatuar dá lugar ao rolar trepidante dos skates que se precipitam pela cidade, para mais um dia de manobras arriscadas.

É difícil pensar no crescimento de Leiria, que se tem esforçado por adequar a sua oferta a uma comunidade cada vez mais jovem e desportivamente eclética, contando já com dois Parques Radicais, sem pensar no Steve e na sua grande “família”.
Quem se aventurar pelo Skatepark, localizado no Parque Tenente-Coronel Jaime Filipe da Fonseca, aka Parque do Avião, o mais provável é ver o Steve em cima da tábua a mostrar aos mais novos como se faz.
O Steve e a sua tribo parecem um bando de garotos felizes e livres e, bem lá no fundo, ainda são uns garotos, felizes e livres!

Júlia Vagos

Júlia Vagos ou Júlia Rata (“alcunha” que a sua avó lhe deixou de herança) é uma das peixeiras mais conhecidas do Mercado de Leiria, que todas as terças, quintas e sábados vende peixe fresco e distribui sorrisos pelos clientes.
Desde pequenina que trata o Mercado de Leiria por tu, e podíamos até arriscar que sabe de cor quantos mosaicos revestiam o chão do antigo Mercado, pois com apenas 8 anos já acompanhava a mãe nesta vida de horários duros.
“Aprendeu a ser peixeira” precisamente no Mercado de Leiria (ou na “praça” como lhe chamavam), que na altura tinha apenas 2 bancas, tão pequenas que cabiam na banca onde hoje ostenta o seu peixe.

A banca da D.ª Júlia é um autêntico lufa-lufa, mas entre pesa, escama e escala peixe, há sempre tempo para dois dedos de conversa e umas boas gargalhadas à mistura.
Percebe-se bem que boa parte dos que ali param são clientes assíduos, e diz a D.ª Júlia que não é só a qualidade do peixe que mantém os clientes fiéis mas que a amizade também conta, chegando a ter clientes que vêm já do tempo da sua mãe – na altura escolhiam o peixe de acordo com os seus apetites e hoje pedem peixinho bom para os netos.

Grande apreciadora de peixe, não diz que não a uma boa caldeirada e partilhou connosco o seu segredo para assar as melhores sardinhas, entre gestos vigorosos, dignos de peixeira de fibra:
“Atear bem a fogueira, manter o lume em baixo, bem baixinho, e as sardinhas altas, para assarem devagar e não ficarem a saber a fumo e para ficarem loiras e estaladiças.
Mesmo que levem sal antes, atirar umas pedrinhas de sal enquanto estão a assar.”

Apesar de estar nesta vida há mais de 60 anos, a D.ª Júlia continua fresca como o seu peixe, que faz questão de escolher pessoalmente nos leilões da lota da Nazaré e de Peniche. É muito provável que hoje se deite bem tarde, para garantir que amanhã o peixe mais fresco e bonito do Mercado de Leiria seja o seu.
Não é uma vida fácil, mas a D.ª Júlia adora o que faz e promete continuar a alegrar os nossos dias, no Mercado de Leiria!

António Fernandes

O Sr. António Fernandes é o rosto sempre sorridente da Casa Iglésias, uma das lojas mais antigas do centro histórico de Leiria, fundada em 1940 e situada onde o Largo Marechal Gomes da Costa se encontra com a Rua Comandante João Belo.
Corria o ano de 1950, quando os pais do Sr. António decidiram fazer-se sócios desta loja, que era também oficina. É que ali, não só vendiam como produziam as malas e guarda-chuvas, e até amolavam facas e tesouras… Outros tempos e outra Leiria, uma Leiria de pessoas e de ofícios.

“Produzimos muitas malas de cartão, como as da Linda de Suza.” – refere o Sr. António, com alguma saudade cravada na voz. É que, apesar dos tempos difíceis, o centro histórico tinha, naquela altura, uma vida e um movimento inimagináveis para os dias de hoje. Aquele era, sem qualquer dúvida, o verdadeiro centro da cidade, onde tudo se passava e por onde todos passavam – um autêntico frenesim.

Cedo começou a aprender o ofício na loja e aos 14 anos já trabalhava durante o dia, enquanto estudava à noite. Foram muitos os rostos que conheceu, muitas horas que passou à conversa com clientes, muitos porta-moedas que vendeu e, feitas as contas, já são mais de 60 anos atrás do balcão, o que está longe de ser um problema. O Sr. António gosta mesmo do que faz e não esconde que ainda é cedo para aviar as malas e mudar de vida, rumo ao tão merecido descanso.

Diz o Sr. António que Leiria está diferente, que lhe faltam os ofícios que traziam gente para as ruas, que lhe falta vida. Apesar disso, é bem notório o prazer que lhe dá abrir as portas todos os dias, pela fresca, e poder saudar o poeta Afonso Lopes Vieira, que do outro lado da rua permanece embalado nos seus pensamentos.

Dona Maria

Se a Primavera é a estação do ano em que as andorinhas regressam para nos alegrar os dias, o Outono é reservado à querida Dona Maria, que estaciona o seu carrinho verde, todos os dias no mesmo sítio, onde o Largo 5 de Outubro encontra a Avenida Heróis de Angola, e ali assa as melhores castanhas que Leiria alguma vez provou.
Ninguém consegue explicar porque é que estas são as melhores castanhas assadas. Há quem diga que é porque a Dona Maria tem o melhor fornecedor de castanhas, há os que acreditam que o assador de barro faz toda a diferença e os que afirmam que não são as castanhas ou a tosca peça de barro, mas a própria Dona Maria.

Comprar um cartucho de castanhas assadas à Dona Maria já faz parte do ritual dos dias frios em Leiria, e são muitos os que o fazem desde tenra idade. Afinal, esta senhora de sorriso genuíno e rosto marcado pelo frio e pelo passar do tempo já anda nisto há mais de cinquenta anos.

Bastam 5 minutos de conversa (fora das horas de maior afluência, pois está claro!) e meia dúzia de castanhas, para perceber que a Dona Maria gosta muito do que faz. Não pelo sabor deste fruto, pelo seu estalar ao sentir o calor ou pelo cheirinho que nos aquece a alma, mas pelas pessoas. A Dona Maria vive disto, de ver pessoas a passar, de dar e receber saudações rotineiras, de rever clientes de sempre e de ver os pequenitos a crescer e a tornarem-se, também eles, seus clientes.
Não é de Leiria, a Dona Maria, mas tem Leiria no coração.
Já Leiria assume a Dona Maria como sua, e todos os anos, com a chegada do Outono, os leirienses aguardam por ela, como pelas andorinhas, na Primavera!

Manuel Oliveira

O Sr. Manuel Oliveira vive há quase sessenta anos no centro histórico de Leiria, mas é, em grande parte, graças ao bar mais antigo do terreiro, Os Filipes, que o seu rosto é reconhecido por todos, independentemente da idade.

É enternecedor ver o carinho e respeito dos mais jovens ao cumprimentarem o Sr. Manel. Os de “meia idade”, recordam com saudade as noites passadas à porta do bar mais antigo do terreiro – alguns ainda têm baterias para ali dar um pezinho de dança, quando as jantaradas se prolongam e o DJ passa música de feição. Já os mais velhos, recordar-se-ão do Sr. Manel, não só por este mítico bar, mas também pelas suas passagens por outros estabelecimentos da cidade, como o café Montanha, a Esplanada do Jardim Luís de Camões, o bar do Bingo ou o bar da União desportiva de Leiria.

Experiência não falta ao Sr. Manel, assim como boa disposição e resposta pronta para todos os que ali parem para beber um copo.

O Sr. Manel abriu Os Filipes em 1987, no piso térreo da Casa do Largo Cândido dos Reis, que dá as boas vindas a quem chega pela Rua Direita. Com grande valor histórico e arquitetónico, este edifício, construído no lugar da extinta Capela de S. Braz, foi projetado pelo famoso arquiteto Ernesto Korrodi, em 1924.

Depois de algumas dúvidas sobre o futuro d’Os Filipes, hoje, sabemos que nada há a temer. O Sr. Manel e a sua família adquiriram o edifício e garantem que a sua segunda casa (e também a segunda casa dos noctívagos de Leiria) não fechará tão cedo.

É uma alegria ver que Os Filipes continuarão a viver e a ser responsáveis por bombear vida ao centro histórico de Leiria, ao som de brindes, boa música e muitas gargalhadas.
Quanto ao Sr. Manel, que entretanto decidiu partilhar o leme com os filhos e netos, lá vai continuando a “aturar” os amantes da noite, o que não é um grande esforço, estamos em crer!

Célia Lopes

Célia Lopes nasceu em Rheine, na Alemanha, mas foi em Leiria que cresceu e se tornou um dos ícones da cultura musical da cidade e o rosto e alma da loja Alquimia, situada em pleno centro histórico.

O seu estilo irreverente, marcado por roupas escuras e cortes de cabelo arrojados, contrasta com a sua doçura e sorriso franco, que desarmam qualquer um que entre naquela loja.
A loja Alquimia abriu as portas pela primeira vez em 1994, num pequeno espaço, no Shopping 2000. Atualmente, é uma das lojas que dão vida à Rua Gago Coutinho, marcada por uma montra de gradeamento vermelho, em ferro trabalhado, deixando antever aquilo que é um misto entre loja de música, roupa e galeria de arte, dada a decoração cuidada e eclética que não deixa ninguém indiferente.
Mas a Célia Lopes é muito mais do que o rosto da loja Alquimia, ela é também um dos pilares da Fade In – Associação de Acção Cultural, responsável por muitos dos concertos e eventos de Leiria, entre os quais se destaca o festival gótico Extramuralhas, reconhecido internacionalmente, ou o festival Monitor – Minimal Wave & Post Punk International Rendez-Vous.

As ruas de Leiria conhecem bem a Célia, e a Célia conhece bem as ruas de Leiria, já que o centro histórico é a sua 2ª casa e a intervenção cultural uma das suas maiores paixões.