Já te perguntaste porque é que existe uma rua em Leiria chamada “Rua Cidade de Tokushima? E “Rua Cidade de Rheine”?
Pois bem, tratam-se de cidades geminadas com Leiria. Neste contexto, o termo “geminação” remete para um conjunto de relações recíprocas, estabelecidas entre duas cidades, que partilham uma ligação especial de amizade e intercâmbio, seja de jovens, de negócios ou até mesmo cultural.
Estas parcerias começaram a ganhar força na Europa, após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de promover a paz e o entendimento entre as nações europeias, especialmente aquelas que estiveram em lados opostos durante o conflito.
Leiria tem, neste momento, 10 cidades geminadas, e algumas delas deram nome a ruas.
Vamos mostrar-te uma espécie de roteiro que te permitirá conhecer cada uma dessas ruas e ficar a saber um pouco mais sobre estas parcerias.
Começamos na Rua Cidade de Halton. Esta é uma cidade no Reino Unido, que tem cerca de 127 mil habitantes e é geminada com Leiria desde 1997, como resultado das iniciativas conjuntas levadas a cabo pelas escolas profissionais das duas cidades.
Esta rua, localizada numa zona habitacional, tem acesso privilegiado ao Percurso Polis, junto ao Centro Nacional de Lançamentos de Leiria e ao Jardim da Almuinha. Um passeio que vale a pena!
Para seguires até ao próximo destino, tens de percorrer a Via Polis. Durante este caminho vais encontrar o Estádio Municipal de Leiria do teu lado direito, assim como o grande ícone da cidade: o Castelo!
Leiria e Maringá, no Brasil, não estão unidas só pela língua. A parceria, estabelecida em 1982, fez com que, não só uma avenida mas também um dos centros comerciais mais emblemáticos da cidade fossem batizados com um nome estrangeiro.
Esta rua tem início junto ao Mercado Municipal de Leiria, um espaço que, além das típicas bancas de alimentos frescos, alberga ainda diversos serviços que servem de apoio aos munícipes.
Chegando ao Centro Comercial Maringá, é provável que te apeteça comer algo, e nós sugerimos uma Brisa do Liz, na pastelaria Brisanorte. Em frente, situa-se a Companhia Leiriense de Moagem, um dos edifícios mais emblemáticos de Leiria, cujo projeto inicial é da autoria do arquiteto Ernesto Korrodi.
Para seguir caminho até à próxima paragem, aconselhamos-te a percorrer o Parque do Avião, onde podes ver as estátuas dos Animais Nossos Amigos, inspiradas no livro com o mesmo nome, do escritor Afonso Lopes Vieira.
Para chegares à Rua Cidade de Rheine, prepara as pernas, porque vais ter de subir bastante pela encosta que fica junto ao Centro de Emprego de Leiria.
Rheine é uma cidade localizada na Alemanha e geminada com Leiria desde 1996.
A cultura, em particular as artes visuais, e a educação, têm sido as áreas fortes desta ligação. O intercâmbio entre estudantes do ensino secundário dura há mais de duas décadas e já colocou em contacto centenas de jovens, promovendo a partilha de culturas e tradições entre os dois países. Foi neste contexto que, em 2018, jovens desta cidade plantaram “sementes de Rheine” na área ardida do Pinhal de Leiria, em solidariedade para com os incêndios de 2017.
Em 2017, o ciclista leiriense Carlos Vieira ligou as duas cidades de bicicleta, percorrendo mais de 2500 quilómetros. Nesta aventura, lançou o desafio para que os cidadãos de Rheine também fizessem a ligação de bicicleta com as suas cidades irmãs.
De lá de cima, consegues avistar o Santuário de Nossa Senhora da Encarnação conhecido pelos seus 162 degraus, que vão culminar em mais um emblemático miradouro da cidade.
Muito próxima à Rua Cidade de Rheine, fica a Rua Cidade de Olivença, uma transversal à Avenida Paulo VI.
A ligação entre Leiria e Olivença concretizou-se em 1984 e, mais uma vez, também esta foi reforçada com a viagem de Carlos Vieira, ciclista e também bombeiro, em duas rodas.
Em jeito de curiosidade, ficas a saber que também o Rei D.Dinis esteve nesta cidade, há muitos séculos, e foi ele que a elevou a vila.
Por falar em bombeiro, a Rua Cidade de Olivença situa-se perto dos Bombeiros Sapadores, onde podes apreciar uma das muitas obras de arte urbana que há pela cidade – uma homenagem aos bombeiros.
Daqui, para ires até à próxima paragem do roteiro, podes passar também pelo Moinho de Papel, que se situa na Rua da Fábrica. Este foi um dos primeiros moinhos a surgir na Península Ibérica, em 1411, e era um espaço dedicado à moagem de cereais, como milho, trigo e centeio, ao fabrico de azeite e à produção de papel. Nos dias de hoje, é um espaço museológico, cuja recuperação ficou a cargo do arquiteto Siza Vieira, em 2009. Lá dentro, é possível aprender sobre artes e ofícios tradicionais.
Seguimos agora caminho até ao pacato Bairro dos Capuchos, onde encontras a Rua Cidade de Tokushima. Esta cidade marcou a primeira geminação de Leiria, em 1969, sendo também a mais antiga ligação entre cidades destes dois países. Impulsionada pelo então Embaixador de Portugal no Japão, Armando Martins Janeira, e pelo Governador Civil do Distrito de Leiria, José Damasceno Campos. A principal motivação desta geminação assentou no estudo de Armando Martins Janeira sobre a figura de Wenceslau de Moraes, considerado a grande fonte de informação portuguesa sobre o Oriente.
Esta parceria materializou-se, sobretudo, na área da educação, com fortes ligações tanto entre escolas do ensino básico, como entre a Universidade de Tokushima e o Politécnico de Leiria.
A próxima rua no roteiro remete para uma geminação com uma cidade portuguesa: Setúbal. Foi em 1982 que se iniciou esta ligação com a cidade do choco frito.
E porque Leiria também tem iguarias para mostrar, Setúbal tem convidado o município para fazer parte da Feira de Sant’Iago, um certame que se realiza há mais de quatro décadas e que é um dos maiores da região sul.
Tal como cá, em Setúbal também existe uma rua com o nome de Leiria.
Se ainda estás nos Capuchos, para chegares à Rua de Setúbal, podes seguir pelo Passeio das Salinas, descer as escadinhas e seguir em direção à Rua Dr. João Soares. Esta é uma zona movimentada, onde se localiza uma escola básica, uma secundária e um politécnico. Para a direita fica a Rotunda D. Dinis e para a esquerda o Largo da República.
A ligação entre Portugal e França já é antiga.
Leiria e Saint-Maur-des-Fossés tornaram-se cidades geminadas em 1982, resultado do forte empenho de uma comunidade emigrante da nossa região que ali se fixou e que tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos, criando muitos negócios e contribuindo para o desenvolvimento de ambos os territórios.
O desporto, em especial, o futebol, tem alimentado estes laços, através do clube “Lusitanos de Saint-Maur” e da União Desportiva de Leiria. A par deste, também o atletismo e o ciclismo têm reforçado esta ligação, já que o ciclista-bombeiro Carlos Vieira também percorreu o caminho entre as duas cidades.
Ao longo destas décadas, também o artesanato de Leiria, mais concretamente a Olaria da Bajouca, teve o seu direito de brilhar em terras gaulesas, tendo sido apresentado em muitas ocasiões, assim como os nossos sabores. Mais recentemente, na cidade vizinha de Valenton, foi organizado um festival de Gastronomia dedicado a Leiria, onde se fez representar o É DE LEIRIA, com os sabores bem portugueses, que fizeram as delícias dos nossos emigrantes que por lá residem.
A pequena Rua Saint-Maur-des-Fossés fica no início da Cruz d’Areia, junto à rotunda. Se ainda não pensaste no jantar, sugerimos que sigas caminho e procures um dos muitos restaurantes que ficam localizados na Barreira, onde os grelhados são reis, como o Jota ou o Solar da Barreira!
Como vês, há uma explicação para todos os nomes de cidades nas ruas de Leiria, mas ainda há três cidades geminadas que não deram o seu nome a uma rua da cidade do Lis. Olavarría, na Argentina, Quint-Fonsegrives, em França e Penglai, na China são as senhoras que se seguem!