Leiria é o Castelo, o Museu, a Sé, a Praça Rodrigues Lobo, a Rua Direita e as ruelas que nos levam de volta ao Castelo ou a calçada que se estende sob o Terreiro. Leiria são as lendas e histórias que se contam repetidamente, são as Brisas do Liz, o Leitão Boa Vista e a Morcela de Arroz.
Mas Leiria é muito mais do que isso, Leiria são as pessoas, a sua alma, as suas vozes, os seus rostos.
São esses rostos que vamos desvendar neste espaço, os rostos das pessoas de Leiria e que constroem a sua identidade, assim como os seus hábitos, as suas vivências e o seu contributo para a cidade.
Estes são os Rostos de Leiria…
Há uma esplanada no centro de Leiria, bem pertinho do Jardim Luís de Camões, onde podemos sentir a genuinidade da cidade e das suas gentes, misturada com a alma cosmopolita que o centro transmite, sempre mimados pela simpatia da Paula – é o Quiosque Leiria, com vista para a Fonte Luminosa e onde o passar das águas do Rio Lis se deixa ouvir sem dificuldade.
Depois de saudar o Cabeça de Giz – nome que em tempos deu ao pombo mais obediente e amistoso que vive naquelas bandas – a Paula abre as portas do seu Quiosque e lá começa ela a servir cafés e a dar os bons dias aos que passam apressados para o trabalho. É todos os dias assim, de terça-feira a domingo.
Ali, no centro da cidade, todos conhecem o sorriso simpático da Paula e, não soubéssemos nós que o provérbio “As conversas são como as cerejas” é já bem antigo, arriscávamos dizer que foi a Paula quem o tornou popular!
A Paula atende diariamente todo o tipo de clientela, desde políticos, a advogados ou varredores de rua, portugueses, franceses, italianos… Mas desengane-se quem pensa que é uma poliglota, porque a Paula não precisa de saber línguas para falar com ninguém: entre gestos, palavras soltas e uma boa dose de simpatia, toda a gente se entende!
O Quiosque Leiria é ponto de reunião diária entre amigos, é lugar privilegiado para uma boa leitura de final de tarde e é passagem certa para os que se preparam para a sua passeata pelo Percurso Polis.
Quisemos saber como tudo começou e tivemos de recuar aos tempos do Estado Novo, altura em que o Sr. Augusto dos Jornais, o seu pai, vendia na rua.
Quando a revolução estalou a procura por jornais aumentou exponencialmente, e o Sr. Augusto viu-se obrigado a abrir um estabelecimento próprio, o atual Quiosque Leiria. Um ano depois abria uma tabacaria na Rua Dr. Correia Mateus, depois outra no edifício do Hotel D. João III e, por fim, em 1986, outra nas Galerias do Hotel Eurosol.
A Paula, que desde nova e juntamente com a irmã ajudou os pais no negócio, ficou conhecida por Paula dos Jornais e não se importa nada com isso. Afinal, este nome é mais do que uma herança, é uma boa recordação!
Se tudo começou com jornais e revistas, hoje, o Quiosque Leiria é muito mais do que isso e também vende sandes, tostas, torradas e Brisas do Liz, que aqui não são as rainhas, pois o café especial da casa já conquistou o trono. Bem tentámos saber a receita, mas a Paula fechou-se em copas, parece que é segredo.
O que não é segredo para ninguém é o verdadeiro sucesso do Quiosque Leiria: a simpatia da Paula.
Marcamos encontro no Quiosque Leiria para um café?