Leiria é o Castelo, o Museu, a Sé, a Praça Rodrigues Lobo, a Rua Direita e as ruelas que nos levam de volta ao Castelo ou a calçada que se estende sob o Terreiro. Leiria são as lendas e histórias que se contam repetidamente, são as Brisas do Liz, o Leitão Boa Vista e a Morcela de Arroz.
Mas Leiria é muito mais do que isso, Leiria são as pessoas, a sua alma, as suas vozes, os seus rostos.
São esses rostos que vamos desvendar neste espaço, os rostos das pessoas de Leiria e que constroem a sua identidade, assim como os seus hábitos, as suas vivências e o seu contributo para a cidade.
Estes são os Rostos de Leiria…
Inesa Markava é a bailarina que já todos em Leiria viram dançar. Se não foi numa das suas exibições pelo património museológico da cidade, terá sido numa das muitas exposições da Livraria Arquivo, aquela que é, para muitos, a livraria mais bonita da cidade, num dos Concertos para Bebés, entre as risadas e os olhos brilhantes e expressivos dos mais pequeninos, ou então na movimentada Avenida Marquês de Pombal, numa das paredes com história da cidade, cuja narrativa parece querer dizer-nos, com uma carícia, para abrandarmos da correria do dia-a-dia.
A Inesa é uma mulher de uma enorme riqueza artística, é dança da cabeça aos pés, é musicalidade, é arte itinerante pela cidade. A Inesa é cada uma das múltiplas áreas ligadas à cultura e a união entre todas elas, natureza que não consegue nem quer esconder.
A fluidez dos movimentos da Inesa ao percorrer a nave da Igreja da Misericórdia transporta-nos para os mais belos lagos de Minsk – cidade onde nasceu – onde cisnes majestosos flutuam sobre as águas.
O diálogo que estabelece com as obras do Museu de Leiria é tão apaziguador como observar a leveza do voo das borboletas na demanda pelo néctar mais doce do Jardim Luís de Camões.
A sua graciosidade de movimentos e a forma como ocupa o espaço e a paisagem no Moinho do Papel faz lembrar o exuberante abrir de cauda do pavão durante a corte.
A Inesa podia estar em qualquer outra cidade europeia, a fazer, tal como em Leiria, visitas dançadas pelos seus espaços expositivos e museológicos. Podia até, quem sabe, trocar o Moinho do Papel, o Museu de Leiria, o M|I|MO ou o Banco das Artes pelos Guggenheims deste mundo (experiência que não seria novidade para ela). Mas a Inesa mantém-se enlaçada a Leiria, onde vive e onde gosta de viver.
A Inesa é harmonia, elegância e delicadeza.
A Inesa é natureza, é património e também é Leiria.