As ficções dramáticas sempre se interessaram pelas famílias infelizes, basta lembrar os Átridas.
Talvez porque, parafraseando Tolstoi, as famílias felizes nada têm de particular, ao passo que cada família infeliz é infeliz à sua maneira.
“Crise” e “incomunicação” são palavras-chave para acedermos a “José, o Pai”, o último capítulo (depois de Maria, a Mãe e de Jesus, o Filho) da trilogia A Sagrada Família, projeto de longo curso de Elmano Sancho.
“Há sempre uma violência iminente na família”, acredita o dramaturgo, ator e encenador.
“Porque é o espaço mais íntimo que temos, e com a intimidade vem o amor, mas também a violência.”
José, um ator velho e desempregado, renuncia ao papel de pai, vítima de um mundo que exige novas formas de autoridade. Mas José – para onde convergem as figuras de Deus Pai e do Diabo – não cede o seu lugar.
“José, o Pai” coloca em tensão os arquétipos da cultura patriarcal e as relações entre arte/performance e religião/ritual.
“José, o Pai” sobe ao palco às 21h30.
Para mais informações, contacte o Teatro José Lúcio da Silva (244 823 600*).