A pianista luso-americana Jill Lawson volta a juntar-se à Orquestra Metropolitana de Lisboa, desta vez para interpretar o quinto concerto para piano e orquestra de Beethoven, o último e mais conhecido de todos eles, no dia em que se celebra os 250 anos do nascimento do compositor.
Alguém o intitulou «Imperador».
Mas tal evocação não se referia certamente a Napoleão Bonaparte, cujas tropas bombardeavam a cidade de Viena em 1809, na mesma altura em que a obra foi composta.
Na adversidade da situação, o músico respondeu ao som do fogo inimigo com um estilo eloquente e determinado.
Mais de duzentos anos passados, ainda ecoa sublime nas entrelinhas da História.
Sete anos antes, compusera a Sinfonia N.º 2 num ambiente muito contrastante, entre as paisagens idílicas de Heiligenstadt, uma pequena localidade situada nos arredores de Viena.
Nessa altura, enfrentava um outro desafio cujas repercussões vieram a marcar bastante mais incisivamente a sua vida, a progressiva surdez.
Escreveu então o Testamento Heiligenstadt, a célebre carta com que se dirigiu a seus irmãos exprimindo toda a angústia que sentia.
Surpreendentemente, nesta sinfonia predominam estados anímicos combativos e exuberantes, pouco conformes a qualquer estado depressivo.
O “Imperador” sobe ao palco às 21h30.
Para mais informações, contacte o Teatro José Lúcio da Silva (244 823 600).